Mal teve tempo de comemorar uma vitória, o setor industrial do Amazonas sofre um novo ataque vindo diretamente de Brasília. Nesta quarta-feira (17), no mesmo dia em que revogou a redução do Imposto de Importação sobre as bicicletas, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex), do ministério da Economia, aprovou a redução em 10% do mesmo tributo para máquinas e produtos eletrônicos, como computadores e celulares.
A medida impacta diretamente a competitividade do polo eletroeletrônico do Polo Industrial de Manaus (PIM). Assim como no caso das bicicletas, a medida beneficia a importação de eletrônicos em detrimento à produção local.
O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, reagiu veementemente contra a decisão do Gecex. Na opinião do empresário, as constantes decisões equivocadas e unilaterais do ministério da economia, parecem indicar que o governo federal age de forma a promover a desindustrialização do país.
Medida totalmente despropositada
“Trata-se de mais uma medida equivocada do Ministério da Economia, totalmente despropositada. Nessa política que está sendo adotada, sem a participação das partes envolvidas, são reduzidos os tributos da importação e aumentados os da exportação. Não adotam qualquer política de reciprocidade, reduzindo imposto de importação sem contrapartida ou compensação internacional. Parece até que estão tentando a desindustrialização do país, cujos propósitos desconhecemos”, criticou Silva.
“Nós da ZFM continuaremos resistindo, apesar da contínua insegurança jurídica”, completou o presidente da Fieam.
‘Vamos exportar empregos’
Da mesma maneira, o deputado federal e vice-presidente da Câmara Federal, Marcelo Ramos (PL), disse que a redução do imposto de importação sobre eletrônicos pode fazer do Brasil um país exportador de Tributos e de empregos.
“Estamos estabelecendo uma política de uma concorrência absolutamente injusta do Brasil com o mercado internacional. A política de desoneração de imposto de importação do Ministério da Economia é absolutamente imprevisível, não tem diálogo setorial e é absolutamente desprovida de reciprocidade”, disse Ramos da tribuna da Câmara dos Deputados.
Reportagem: Lucas Raposo
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